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JACQUELINE DA SILVA OLIVEIRA PINTO
Tabernáculo

instituto teológico quadrangular

Tabernáculo

JACQUELINE DA SILVA OLIVEIRA PINTO

Orientador: Pr. Proº Maurício

Introdução

Abordaremos nesse presente projeto, explorar a ordenança de Deus à Moisés, para construir o Tabernáculo, assim como suas características e principais importâncias.

Após descer do monte onde ficou quarenta dias e quarenta noites, sem se alimentar, Moisés revela que o cuidado de Deus continuava para com eles e que o Senhor havia lhe ordenado a maneira na qual deveriam agir e também, que construíssem um Tabernáculo, o qual permitiria as pessoas se aproximarem de Deus. Possibilitando de levarem consigo, não sendo mais necessário subir ao monte Sinai para consultar à Deus, porque o tabernáculo representaria a Presença Dele.

Deus manifestou à Moisés como queria que construísse o Tabernáculo, e dessa maneira ele instruiu o povo. Deus manda o povo trazer ofertas voluntárias para o tabernáculo. O povo demonstrou tanto zelo e ardor pela obra, oferecendo tudo que podiam e se alegrando no trabalho, que já não era mais nada necessário ofertar, pois nada mais era preciso, para construção.

Dos capítulos 25 ao 31 de Êxodo registram as diretrizes que, Deus ordenou para a construção do Tabernáculo e, dos capítulos 35 ao 39 denotam como as instruções foram cumpridas; os quais destrincharemos a seguir.

Compreender a importância do Tabernáculo para o cristão vai além da sua representação a respeito de um lugar para se consultar a Deus. O Tabernáculo foi a primeira revelação bíblica da habitação de Deus entre os homens e isso demonstra o cuidado de Deus, desde o princípio desejando estabelecer um relacionamento com seu povo.

AS CORTINAS DO TABERNÁCULO

AS CORTINAS DO TABERNÁCULO

Figura 1 — As Cortinas
As Cortinas
Tânia Cristina Giachetti

"As cortinas do tabernáculo eram bordadas com querubins para significar que os anjos de Deus acampam-se ao redor da igreja e suas quatro cores: púrpura carmesim, linho branco e azul, apontam para os quatro Evangelhos (Êxodo 26:1-6)." (Quadrangular, 2021, p. 34).

O Tabernáculo continha um conjunto de cortinas que revestiam o Tabernáculo retratam o caráter e a doutrina de Cristo.

Havia uma cortina para porta exterior que simbolizava o cuidado de Deus com Sua igreja na terra. Continham também cortinas que separavam os dois locais sagrados do Tabernáculo: o Lugar Santo e o Santo dos Santos. No Santo Lugar o sacerdote entrava diariamente para estar com Deus e cuidar do Candelabro, da Mesa de Pães da Proposição e do Altar de Incenso. O Santo dos Santos, era a habitação do próprios Deus e lá estava a Arca da Aliança, e sob ela o Propiciatório. No Santos dos Santos somente tinha acesso o sumo sacerdote, no qual entrava apenas uma vez ao ano, para realizar a expiação dos pecados. A cortina que separava o Santo lugar representa a perfeição moral de Deus, simbolizando a separação de Deus, do que é impuro.

descrição GERAL DO tabernáculo

Tabernáculo, traduzido do hebraico, significa residência ou habitação. Do latim, significa tenda ou barraca. Santuário portátil.

Deus se revelava ao seu povo através do monte Sinai, o qual era maior que todos os montes redores, além do seu declive acentuado, sem temor não era possível o aprecia-lo, pois era um local na qual Deus habitava. Sinai era o local na qual Moisés subia para se encontrar com Deus. Porém quando o povo seguisse viajem, em direção a Terra Prometida Canaã, não conseguiriam se comunicar com Deus. Desde o princípio Deus desejava habitar no meio de seu povo, sendo assim ordenou a Moisés que construísse o Tabernáculo, uma espécie de tenda, um lugar santificado, que facilmente poderia se locomover, para assim habitar no meio de Seu povo.

Primeiramente, começaremos pela visão geral do Tabernáculo. Deus ordenou que construíssem um cercado, medindo cem côvados de cumprimento (cerca de 50 metros), cinquenta côvados de largura (cerca de 25 metros) e de altura cinco côvados (cerca de 2,5 metros). As peças no Tabernáculo utilizadas foram: ouro, prata, cobre, madeira incorruptível, pelo de cabra, peles de carneiro brancas, da cor de jacinto, de púrpura e de escarlate, lãs tingidas com essas mesmas cores e linho fino. Estando reunida todas essas coisas, iniciou-se a construção do Tabernáculo.

Figura 2 — Visão geral Tabernáculo
Visão geral Tabernáculo
Caetano (2016)

Sendo feito em três divisões:

  • Átrio
  • Lugar Santo
  • Santíssimo Lugar

Que significava:

  • Terra - Corpo
  • Mar - Alma
  • Céu - Espírito
Figura 3 — Divisões Tabernáculo
Divisões Tabernáculo
Vasconcelos (2019)

Podemos notar através dos materiais utilizados na construção do Tabernáculo, que revelava formosura e riqueza, indicando que tudo associado à Deus, deveria ser o melhor. Ele demonstrava o caráter de Deus, então seus materiais e sua obra eram de excelência. A construção dele envolveu todo o povo, uns doaram, outros ajudaram na construção e outros fizeram os dois. 

A Bíblia nos revela que o Tabernáculo era Santo, pois nele habitava um Deus Santo (BÍBLIA, 2017, p. 125).

O Tabernáculo era o meio utilizado para os israelitas terem relacionamento com Deus, onde O encontravam e O adoravam, era lugar de sacrifício. Era portátil, então sempre que mudavam de acampamento, o Tabernáculo iam com eles. O local de cada tribo era definido conforme a localização dele. Os levitas estavam sempre em volta, as famílias de Arão e de Moisés ficaram na entrada, ao leste. E mesmo quando se mudavam, o Tabernáculo era preservado ao centro, com seis tribos a frente e seis tribos sobrevindo atras. 

O Tabernáculo era um tipo de Cristo, pois assim como o Altíssimo habitava visivelmente no santuário sobre a arca, também residiu na natureza humana e no Tabernáculo do Seu Amado Filho (Quadrangular, 2021, p. 34).

Agora que já temos a visão geral do Tabernáculo, detalharemos a seguir o que significa as suas divisões e detalhes.

Átrio

Figura 4 — Átrio
Átrio
Caetano (2016)

O Átrio era basicamente um pátio, o primeiro local de contato interno do Tabernáculo e que tinha uma única entrada que estava sempre aberta. Essa entrada simboliza Cristo Jesus, que é o único caminho. Media cinquenta côvados de largura a frente (cerca de 25 metros), e cem metros de comprimento (cerca de 50 metros) de fundos. Neste local, os sacerdotes podiam transitar.

No Átrio continham duas peças:

  • Altar do Sacrifício
  • A Pia de Bronze
Figura 5 — Peças Átrio
Peças Átrio
Caetano (2016)

 Altar do sacrifício

Figura 6 — Altar do Sacrifício
Altar do Sacrifício
Caetano (2016)

Ao adentrar no Átrio, a primeira peça a ser vista é o Altar do Sacrifício, conhecido também como Altar do Holocausto e/ou Altar de Bronze. No Antigo Testamento, a palavra "altar" aparece 374 vezes, com o mesmo significado: lugar de sacrifício. E as ofertas oferecidas à estes altares eram vicárias, que tem como significado: substituir outra coisa ou pessoa. Trazendo ao entendimento que temos hoje, essas ofertas caracterizam o sacrifício que Cristo fez, ao morrer na cruz em nosso lugar em favor aos nossos pecados. O altar trazia ao povo a ciência de que só poderiam se aproximas de Deus, através do sacrifício; e este era o único meio no qual os pecados eram perdoados e retirados, no Antigo Testamento. E em Hebreus 10:1-18 vemos que Jesus Cristo é o sacrifício definitivo.

O Altar foi construído para queimar sacrifícios. Ele era quadrado e media cerca de cinco côvados de lado (cerca de 2,5 metros), e três côvados de altura (cerca de 1,5 metros). Feito de madeira oca e coberto por bronze, era grande o bastante para queimar animais de grande porte, porém leve o suficiente para ser carregado por varas cobertas de bronze que atravessavam entre argolas de bronze em seus arredores. No centro do altar ficava uma grelha que permitia que o ar circulasse. As panelas, as bacias para recolher o sangue, os baldes para as cinzas e os ganchos para a carne, também eram feitos de bronze. Nas extremidades do altar haviam dois chifres que também era cobertos de bronze, para amarrar os animais sacrificados e que também simbolizava proteção ao bater.

No altar, se faziam sacrifícios constantemente.

"Era um tipo de Cristo, pois apontava para a Cruz do Calvário, lugar onde Cristo foi crucificado." (Quadrangular, 2021, p. 36).

 A pia de bronze

Figura 7 — Lavatório
Lavatório
Caetano (2016)

Após o Altar, havia uma Pia de Bronze, também conhecida como lavatório. Sobre a Pia não se tem dimensões detalhadas sobre a peça, mas sabe-se que era feita de bronze e espelhos que foram doados pelas mulheres que serviam na entrada do Átrio. Dentro da Pia, continha água para que os sacerdotes lavassem as mãos e os pés, eles só poderiam servir ao Senhor após se limparem. A Pia representava Cristo e a água a Palavra de Deus, pois é o único elemento que além de saciar a sede, também lava aquilo que está sujo.

"Deveriam se manter limpos cada vez que fossem ministrar, como símbolo da pureza em todos os seus serviços e para temerem a contaminação do pecado. Isso nos ensina a apresentarmo-nos diariamente a Deus, a renovarmos constantemente o nosso arrependimento pelo pecado e a nossa esperança no sangue de Cristo para a remissão (Hebreus 10:22)." (Quadrangular, 2021, p. 36).


lugar santo

Assim como no Átrio, no Lugar Santo os sacerdotes também podiam transitar, e cumprir suas funções diárias no lugar do povo. Lugar Santo significa: dentro da cortina. Era a parte interna da tenda, dividida por dois locais, e o Lugar Santo era o primeiro.

No Lugar Santo, encontrava-se três peças:

  •  A Mesa de Pães da Proposição
  • O Candelabro de Ouro
  • O Altar do Incenso
Figura 8 — Peças Lugar Santo
Peças Lugar Santo
Caetano (2016)

 Mesa de pães da proposição

A Mesa de Pães da Proposição ou Mesa de Pães da Presença fora construída de madeira acácia e revestida a ouro, media dois côvados de cumprimento (cerca de 1 metro), um côvado de largura (cerca de 0,5 centímetros) e um côvado e meio de altura (cerca de 0,75 centímetros). A mesa podia ser carregada por varas que transpassavam entre argolar de ouro na extremidade da mesa, sempre que o Tabernáculo era transportado. Aos sábados, eram postos, sobre a mesa doze pães simbolizando as doze tribos de Israel, e estes pães eram chamados de pães da proposição ou da apresentação.

 "A Mesa da Presença era um símbolo de Jesus que é o Pão da Vida (João 6:35), alimento espiritual oferecido por Deus ao Seu povo." (Brasil, 2017, p. 35-36).

 O CANDELABRO DE OURO

O Candelabro, conhecido também como Castiçal, era uma obra de arte! Havia um pilar medial do qual saiam sete hastes e em suas extremidades estavam as lâmpadas, que mentiam-se acessas continuamente através do uso de azeite. Não havia soldas, nem reparos, uma peça completa e feita por puro ouro. As lâmpadas eram mantidas acesas pelo uso do azeite de oliva.

"...Ele representa a luz da Palavra e do Espirito Santo em Jesus e através d'Ele. Portanto, devemos levar uma vida de comunhão com Deus e ser a luz do mundo, se verdadeiramente formos seguidores de Cristo (Mateus 5:14-16)." (Quadrangular, 2021, p. 36).

O Altar do Incenso

O Altar do Incenso, conhecido também como Altar do Holocausto, desigual do Altar de Sacrifício do Átrio, era composto por madeira de acácia coberta ouro e não de bronze, e também não era utilizado para sacrifícios. Mas semelhante ao Altar de Bronze, apresentava chifres, argolas e varas em suas extremidades para carrega-lo. Media dois côvados de altura (cerca de um metro), e três côvados de comprimento (cerca de um metro e meio). Ao adentrar no santuário, o Altar, era a primeira peça ao ser vista, pois era posicionada logo após o terceiro véu. Ao norte (direita) se localizava a Mesa dos Pães da Proposição e ao sul (esquerda) se localizava o Candelabro.

Neste Altar, inflamava um incenso que exalava um aroma agradável a Deus, que era queimado pelo sacerdote toda manhã e noite, além de que os chifres eram ungidos em todo ano, no dia da expiação (décimo dia, do sétimo mês).

"O incenso queimado tipifica a intercessão de Cristo por seu povo e a aceitação das nossas orações." (Quadrangular, 2021, p. 36).

SANTO DOS SANTOS

Santo dos Santos ou Lugar Santíssimo, era o local mais respeitável e enfático do Tabernáculo. Media dez côvados de cada lado (cerca de cinco metros). O acesso à essa sala, se dava somente ao sumo sacerdote, que adentrava no dia da expiação, que ocorria uma vez ao ano, no décimo dia do sétimo mês, transportando o incensário de ouro junto ao sangue de expiação. Nesta sala sagrada, haviam duas peças.

No Santo dos Santos, encontravam-se duas peças:

  • A Arca da Aliança
  • O Propiciatório
Figura 9 — Arca da Aliança e Propiciatório
Arca da Aliança e Propiciatório
Comunidade da Fé

A ARCA DA ALIANÇA

A Arca era parecida  com um baú, revestida de ouro puro internamente e exteriormente. Era também portátil e apresentava longas varas de madeira, revestidas também com ouro que transpassavam argolas em ouro em suas extremidades. Deus orientou que essas varas não fossem removidas em nenhuma hipótese (Exôdo 25:15). Suas medidas eram de dois côvados e meio de comprimento (cerca de 1,25 centímetros), um côvado e meio de altura (cerca de 75 centímetros), e um côvado e meio de largura (cerca de 75 centímetros).

A Arca representava a presença de Deus, era conhecida como Arca da Aliança pois compunham as Tábuas da Lei de Moisés, e dentro dela havia também dois itens, e cada um dos três itens presentes na Arca, representava a forma na qual Deus se relacionava com o Seu povo.

Itens presentes na Arca da Aliança:

  •  A Tábuas da Lei
  •  O Cajado de Arão
  •  Porções do Maná

Cada Item representava 

  •  A orientação de Deus
  •  A autoridade de Deus
  •  A provisão de Deus

 "A Arca era um tipo de Cristo em sua natureza sem pecado, que não viu corrupção (a humanidade de Cristo estava representada na madeira de acácia que é indestrutível por insetos). Simbolizava o pacto de Deus com o povo de Israel." (Quadrangular, 2021, p. 35).

O PROPICIATÓRIO

A Palavra Propiciatório, traduzida significa local onde Deus se manifesta e nos é propício e benigno. Um trono de misericórdia, ou seja Deus e sua misericórdia acima da Lei que estava presente na Arca. Um bloco, feito de ouro puro que fica sob a Arca, dois querubins ficavam um em cada extremidade, voltados para o lado interno., que significam o poder de Deus. E anualmente, no décimo dia, do sétimo mês, no Propiciatório, era realizado o maior e mais perfeito ato de expiação, onde o sumo sacerdote adentrava no Santo dos Santos para redimir os pecados de todo o povo.

O AZEITE PURO

O Azeite Puro era utilizado somente pelos sacerdotes para ungi-los como também, para ungir o Tabernáculo e seus utensílios sagrados.

Era composto por quinhentos siclos de mirra fluída (cerca de seus quilos), duzentos e cinquenta siclos de cinamomo (cerca de três quilos), duzentos e cinquenta de calamos (cerca de três quilos), quinhentos siclos de cássia (cerca de seis quilos), e um him de óleo de azeite de oliva (aproximadamente quatro quilos). Foi orientado a preparação com esses essenciais para que fosse agradável ao inalar. "Assim como Cristo, que é como unguento derramado, o bom nome dos cristãos é como um unguento precioso (Êxodo 30:22-38)" (Quadrangular, 2021, p. 35).

Conclusão

A construção do Tabernáculo teve como objetivo principal adorar e glorificar a Deus. Seus utensílios simbolizam a presença de Deus no meio de Seu povo.

Pudemos notar na natureza transportável do Tabernáculo, o desejo de Deus em estar presente com Seu povo durante a viagem. Não era somente estabelecer um lugar de encontro, mas sim de relacionamento constante.

O Tabernáculo nos ensina que a separação do pecado é necessária para nos achegar a Deus e que não podemos fazer de qualquer maneira, e além do fato de que o arrependimento deve ser sincero. No Antigo Testamento, no Tabernáculo, notamos que a adoração era geográfica, mas em Cristo temos a oportunidade de adorar em qualquer local e em todo momento. E Cristo é o Sumo Sacerdote definitivo, e essa obra é perfeita, porque não são mais necessário peças e utensílios que simbolizam a presença de Deus, porque Cristo nos deixou o Espirito Santo, que além de representar Sua presença, é nosso ajudador.

Referências

BrasilSociedade Bíblica doBíblia Sagrada Nova Almeida AtualizadaUma tradução clássica com linguagem atual. Sociedade Bíblica do Brasil, v. 2, f. 2183, 2017120 p.

CaetanoMarcosO Tabernáculo e seus objetosTabernáculoCredibilidade na Palavra. 2016. Disponível em: https://marcoscaetanoblog.wordpress.com/2016/07/07/o-tabernaculo-e-seus-objetos/. Acesso em: 6 mai. 2022.

QuadrangularInstituto TeológicoIntrodução àTeologia. 2 ed. São Paulo: Secretaria Geral de Educação e Cultura, 2021107 p.

VasconcelosPr EdsonRaízes Profundas, Frutos SaudáveisTabernáculoPastor Edson Vasconcelos. 2019. Disponível em: http://pastoredsonvasconcelos.com/estudos-biblicos/tabernaculo-primeira-parte/. Acesso em: 6 mai. 2022.

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