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MARINETE Moreira Dias
ANÁLISE CRÍTICA DO DOCUMENTÁRIO SICKO- S.O.S SAÚDE

UNIVERSIDADE Dr. LEÃO SAMPAIO

JUAZEIRO DO norte

Psicologia

ANÁLISE CRÍTICA DO DOCUMENTÁRIO SICKO- S.O.S SAÚDE

Bianca Albuquerque S. De Oliveira

Marinete Moreira Dias

Niciane Santos Melo

Roberta Galdino de Lima

Orientador(a): Flaviane Troglio

No Brasil o Sistema de Saúde presente é o Sistema Único de Saúde (SUS), que garante acesso universal à saúde para todos os brasileiros e estrangeiros domiciliados ou presentes em território nacional. Todos podem utilizar o serviço apesar das dificuldades, já nos Estados Unidos da América (EUA), em contraponto, não possui um sistema de saúde público e os cidadãos dependem completamente dos planos de saúde privados. Porém, ter um plano de saude não garante ter cobertura total caso necessário, pois muitas pessoas são deixadas de lado, sem tratamento adequado, porque há incentivos financeiros para os médicos que recusarem os tratamentos, visando a obtenção de lucros para as instituições. Além disso, os pré-requisitos para adesão a um plano de saúde é muito complexo, indo desde baixo peso até a ausência de doenças. Em comparação, os sistemas de saúde da Inglaterra, do Canadá, da França e de Cuba são distintos e possuem qualidade e caráter gratuito, cada um organizado e operacionalizado à medida das necessidades de suas populações.

Sabe-se que no Sistema Único de Saúde (SUS) os princípios doutrinários são universalidade, integralidade e equidade, como também apresentam os princípios organizativos que são: Descentralização, regionalização, hierarquização e participação da comunidade. A principio no documentário SICKO não ficou claro os princípios organizativos em todos os países, no entanto, no decorrer do documentário são apresentados alguns traços que se assemelham com tais princípios do SUS, como exemplo pode-se ver que no Canadá os cidadãos são efetivos e participativos nas construções de seus direitos, inclusive os de saúde. 

 A universalidade consiste em possibilitar atenção à saúde independentemente da localização geográfica do indivíduo, cor, raça, religião, situação de emprego ou renda, sendo a atenção a saúde um direito de todo cidadão. No documentário SICKO é notório que os Estados Unidos é uma grande potência econômica e possui um relevante avanço tecnológico, porém no âmbito da saúde deixa a desejar na promoção, prevenção, tratamento e reabilitação dos doentes, sendo que eles possuem uma cultura alimentícia que vai contra os princípios de uma alimentação balanceada.

 Alguns compatriotas tentam recorrer aos planos de saúde na esperança de serem assistidos em momentos necessários, no entanto, os planos de saúde possuem um método estratégico de negação dos direitos do consumidor, diante dessa conduta os portadores dos planos acabam sendo impedidos do direito de lutar por sua saúde. Os EUA caracterizam-se por ser descentralizado, ou seja, os estados membros do país possui o poder individualizado, já o Brasil é um país centralizado, onde há apenas uma constituição que rege o país inteiro e os estados membros são dependentes da Constituição Federal. O que justifica, em partes, a impossibilidade de implementação de uma política pública de saúde que necessite de uma descentralização de recursos econômicos e poder, bem como hierarquização dos serviços como o SUS é no Brasil.

A França e o Canadá se apresenta de forma distinta dos Estados Unidos, pois ambas possibilitam um atendimento independente da nacionalidade do sujeito, o Canadá apresenta também todo um suporte para além da hospitalização, isto os torna em partes mais próximos do Brasil, no entanto de uma forma melhorada se comparando com o Canadá. No Brasil é possível fazer uma análise em comparação aos países mencionados no comentário. O SUS em comparação com os EUA é muito avançado, pois oferta serviços de saúde totalmente gratuito para todos inseridos em território geográfico, onde tem como fatores principais a universalidade, integralidade e equidade, enquanto no EUA a saúde se torna um fator de gerar economia para os planos de saúde locais e do governo. No Canadá e os outros países mencionados os impostos que eles pagam são convertidos em melhoria para todo a população

A integralidade consiste em ver o sujeito como um todo, ou seja, de uma forma integral. Nota-se a ausência desse conceito na prática da atenção a saúde no Brasil, EUA e França, mas está fortemente presente no Canadá, tem-se como exemplo um adulto de 35 anos que relatou necessidade de fazer um tratamento com quimioterapia para curar seu câncer e teve total assistência hospitalar e de reabilitação, após o tratamento com auxilio, onde ele pode ter três meses para se reabilitar sem demais preocupações, pois sua saúde estava em evidencia. 

A equidade caracteriza-se por tratar os desiguais a medida de sua desigualdade, ou seja, dar mais a quem possui mais carência, equidade é conhecer que todos precisam de atenção, mas não do mesmo atendimento. É fazer justiça a quem precisa de um atendimento diferente. Se torna notório nos Estados Unidos o contrario desse relevante conceito, pois é vivido a iniquidade, deixando seus cidadãos desamparados, não exercendo a justiça social. 

Na prática qualquer cidadão que chegar a um hospital terá direito ao atendimento, mas em determinados casos alguns indivíduos precisam de prioridade dependendo da situação. Exemplo disso é quando há um paciente com problemas de saúde que necessite de atendimento urgente, desta forma o atendimento é definido pelo grau de urgência e gravidade. Na França um casal de idosos relatam seu desinteresse em sair do seu país por medo de ficarem desassistidos. Esse sentimento revela a segurança que sentem quando a questão é atenção à saúde, fazendo prevalecer a justiça social. O Canadá se torna referência ao tratarmos de equidade, juntamente com as outras ideologias doutrinarias, pois sediou a primeira Conferência da Promoção de Saúde em Ottawa o que comprova a participação ativa dos canadenses.

Para tanto, como já visto Michael Moore apresenta discutivelmente políticas para a intervenção dos diversos modos de assistência a saúde. De modo geral, temos uma polarização em relação da saúde como um meio de gerar economia e a saúde como um direito de todos e dever do Estado, esses dois fatores são importantes para entender que o Sistema Único de Saúde tem a garantia do direito a saúde constitucionalmente e por outro lado tem a abertura ao sistema privado de saúde que de certa forma marca território e explora as demandas de saúde que venham a aparecer, é evidente ainda que o SUS precisa de intervenções do Estado na manutenção e regularização das políticas de saúde, seja políticas seletivas, seja políticas abrangentes, para que assim possa-se cumprir de forma uniforme e constitucional o que se rege em lei.  

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